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Constituindo um dos mais importantes sistemas defensivos da raia do noroeste português, a praça-forte de Valença é objeto de trabalho para a requalificação do seu centro histórico. A evolução urbana de Valença caracteriza-se essencialmente por dois momentos mais importantes: o primeiro, no século XIV, corresponde à implantação de um núcleo medieval de acordo com algumas regras de implantação das bastides europeias e a segunda, no século XVII, corresponde à reestruturação das suas muralhas segundo os modelos teóricos de espaço urbano e funcionamento militar. Paralelamente a este sistema de fortificação, deparamo-nos com uma estrutura urbana onde foi acrescentado o espaço militar, confinando com esta e localizando-se na sua periferia. Com o aumento da população urbana, muitos dos edifícios militares serão reocupados com funções civis e os espaços vazios preenchidos com casas, resultando no corte das vias que ligavam às portas e na criação de novas ruas em detrimento da estrutura hierárquica do primitivo núcleo. A malha urbana construída encontra-se fragmentada em zonas desconexas: a muralha, espaços abertos, arruamentos, edifícios, árvores, fragmentos estes que têm de pertencer a um sistema. A proposta visa tentar integrar todos os elementos que compõem o tecido urbano:
- A clara definição da área de aglomerado urbano onde se concentram todas as funções sociais e as muralhas como perímetro exterior de mancha verde, percorridas por um arruamento que a delimita
- A pavimentação como unificação e coesão da malha urbana, conferindo-lhe hierarquias e usos
- A redefinição de espaços públicos com a introdução de áreas verdes;
- Percursos pedonais em saibro no perímetro da muralha, rematando com árvores em todo o seu desenvolvimento.
Um dos elementos mais simples utilizados para a conexão e ligação dos vários elementos que constituem o tecido urbano é a pavimentação. Na nossa proposta, a pavimentação contribuiu para a unificação e coesão da malha, conferindo-lhe hierarquias e funções.